sexta-feira, 2 de março de 2018

7 Dúvidas a respeito do HO'OPONOPONO


Aqui no Blog já falei a respeito dessa Meditação Havaiana utilizada pelos antigos sacerdotes, para resolver problemas na sociedade, com base em reconciliação, curas e perdão!
Por meio de frases simples ( "Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Obrigado") o Ho'oponopono  pode curar relacionamentos e resolver relações conturbadas na sua vida - seja com pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho ou cônjuge.

Quer saber mais a respeito da origem dessa meditação? Procure aqui no Blog a postagem e saiba tudo a respeito! Vale muito a pena!
 
No entanto, surgiram algumas dúvidas sobre o assunto, pelos praticantes e acredito ser esclarecedor descreve las abaixo!


 
1 - HO'OPONOPONO É UMA PRÁTICA RELIGIOSA?
O Ho'oponopono é uma técnica simples e eficiente no que diz respeito a relacionamentos, e não uma prática religiosa. A proposta é assumir responsabilidade diante dos acontecimentos de nossa vida. Este mantra está diretamente relacionado a valores como compaixão, humildade, amor, gratidão.

O objetivo é ajudar você a entender que seus problemas são memórias que se repetem no seu subconsciente. Sendo assim, as dificuldades que possui não têm nada a ver com uma pessoa, lugar ou situação. Tudo que lhe incomoda é de sua inteira responsabilidade, só você pode mudar. Ao vivenciar conflitos repetidos, de memórias reencenadas, você pode permanecer envolvido com elas ou escolher fazer diferente.

2 - É PRECISO REPETIR O MANTRA QUANTAS VEZES?
As frases podem ser usadas na sequência que você quiser e quantas vezes desejar. Se sentir que uma única vez é o suficiente, acredite, é o que você precisa.

3 - O HO'OPONOPONO SÓ FUNCIONA SE EU FALAR O MANTRA EM VOZ ALTA?
A técnica funciona se falarmos as frases em voz alta ou mentalmente, não importa.

4 - OS RESULTADOS DEMORAM MUITO A APARECER?
Os resultados dependem da determinação / verdade com que recitamos as frases. Outro ponto importante é tentar se libertar completamente das expectativas em relação à rapidez que os efeitos aparecerão na sua vida. E lembre-se sempre: a conquista do "milagre" proposto pela técnica está diretamente relacionada ao desapego, amor, aceitação, verdade e gratidão.

5 - HO'OPONOPONO EXIGE UM RITUAL PARA SER FEITO?
Não é necessário nenhum tipo de ritual para praticarmos a técnica.

6 - PRECISO REPETIR O MANTRA PERTO DA PESSOA COM A QUAL TENHO PROBLEMAS?
Podemos estar perto, olhando para a pessoa, ou distante dela - mesmo em outro país. Devemos fazer a repetição das frases - em voz alta ou mentalmente - sempre que constatarmos algo desagradável em nossas vidas. O principal é assumir que se algum relacionamento conflituoso está em sua vida, a situação é de sua responsabilidade. Afinal, você só reconhece aquilo que conhece. E se algo está incomodando, é porque conhece aquilo, está no seu inconsciente ou mesmo no seu consciente.

7 - POSSO FAZER HO'OPONOPONO PARA QUEM NÃO CONHEÇO?
Podemos e devemos recitar as frases de auto responsabilidade e auto cura para tudo e todos.

Vamos lembrar que as situações que trazem emoções fortes, principalmente, são sinais de identificação. Ou seja, há algo dentro de você que encontra algum tipo de reconhecimento com o que está sendo mostrado. Portanto, você tem toda a condição de integrar essas situações ou emoções por meio de seu perdão e amor.

Reflita e pratique! Um mundo mais amoroso começa a se tornar realidade através do seu comprometimento com o amor. A paz começa dentro de você!

Desapegar: pode ser a chave para o equilíbrio Emocional !


Literalmente : Abrir mão de coisas, pessoas e situações deixa vida mais leve!

Muitas pessoas possuem uma característica que pode ser prejudicial para sua saúde mental e emocional, que é o apego - seja por coisas, ideias, pessoas ou situações. Isso acontece porque o afeto, quando excessivo, nos mantém reféns da vida, fazendo com que o dia a dia se torne pesado e sem alegria. Sendo assim, o ideal seria sempre estarmos preparados para aceitar possíveis e súbitas transformações em nosso cotidiano, como uma mudança de emprego ou de casa, a troca de um carro, o término de um relacionamento e até mesmo a morte de pessoas queridas. Sabemos que essas perdas podem gerar sofrimento, mas precisamos encontrar maneiras de encarar as decepções e continuar nossas vidas da melhor forma possível.

Embora pessoas mais sensíveis possuam mais dificuldades em se adaptar a esse tipo de situação - pois necessitam da atenção dos outros para realizarem suas tarefas - é preciso que esteja claro que a prática do desapego não vai torná-las frias e distantes, mas fornecerá condições para que sejam mais calmas e receptivas, podendo perceber as mudanças de modo mais compreensível.

APEGO EXCESSIVO AFETA SAÚDE FÍSICA E MENTAL
De acordo com o médico, físico e praticante de Meditação, Enio Burgos, autor do livro "Medicina Interior - A medicina do coração e da mente" (Ed. Bodigaya), a compreensão sobre o funcionamento da mente e a transformação dos sentimentos negativos em sabedoria são as formas mais efetivas de praticar o desapego. O autor indica que pensamentos e sofrimentos gerados pelo apego excessivo afetam a saúde do corpo. Assim, precisamos transformar as emoções perturbadoras básicas (apego, raiva, indiferença, orgulho e inveja) em sabedoria e plenitude de vida.

Descrevendo a relação mente-corpo, a teoria de Enio mostra que nossos pensamentos e sentimentos têm papel fundamental no desenvolvimento das doenças e dificuldades que enfrentamos ao longo da vida. Segundo o autor, as pessoas com perfil apegado tendem a ter muita dificuldade em adaptar-se a novas situações de vida, sentindo essas mudanças como uma grande perda e gerando emoções desequilibradas e prejudiciais ao corpo e mente. O especialista cita que alternativas benéficas para reverter esse quadro são a meditação e o autoconhecimento, através da espiritualidade.

RELACIONAMENTOS AMOROSOS E DESAPEGO
O grande mestre Osho, líder espiritual indiano, diz que nossa maior missão é deixar esse planeta mais amoroso. Mas aí surge uma dificuldade muito grande, que é perceber a diferença entre apego e amor. É bom lembrar que apesar dos dois sentimentos serem muito parecidos, o apego, no fundo, destrói o amor.

O apego causa todo tipo de sofrimento nas nossas vidas, pois trata-se de um falso amor e acaba se tornando uma limitação. Enquanto o amor é entrega, o apego é a possessividade. O amor deixa livre e o apego diz: "eu te possuo". E é por apego que existem guerras, crimes, etc. No que se refere a relações afetivas, o amor é a prontidão para se mergulhar no outro.

De um modo geral, podemos dizer que as pessoas desapegadas são tranquilas, estão sempre em harmonia, pois conhecem a sua verdadeira essência e sabem que a possibilidade de perder alguma posse ou se distanciar de alguém não vai mudar a sua verdadeira natureza. As pessoas apegadas podem apresentar diversos sintomas como ansiedade, fobia, depressão, ou seja, ou têm medo de perder ou perderam e não souberam lidar bem com a perda.

Devemos notar que ao dizermos: "esta é minha namorada" ou "este é meu namorado", estamos falando algo comum. Entretanto, é importante lembrar que a outra pessoa não é posse sua, mas sim alguém que convive com você, compartilhando momentos e situações. Ou seja, ela tem vontades e desejos que são dela e liberdade para agir do jeito que considerar melhor.

FORMAS DE PRATICAR O DESAPEGO
Para praticar o desapego, é importante recorrer a alguns exercícios mentais. Nós precisamos ter controle de nossa mente. Afinal, ela é parte do nosso corpo e por isso não podemos permitir que seja dominada pelo negativo. A mudança acontece continuamente em nossas vidas e precisamos estar preparados para isso, com o intuito de sofrer menos.

Dicas:
- Permita-se vivenciar os seus sentimentos e pensamentos e aceite-os exatamente da forma como eles se expressam em você, sabendo que tem a capacidade para regulá-los.
- Não deixe de sentir determinados sentimentos que se manifestam no seu corpo, nem tente evitar que determinados pensamentos surjam em sua mente.
- Tenha claro que não somos os nossos sentimentos nem pensamentos, por isso eles devem ser filtrados pela nossa consciência para que não julguemos que somos tudo o que sentimos ou pensamos.
- Quando a nossa mente produz pensamentos que são angustiantes para nós, num primeiro momento devemos apenas observá-los. Não precisamos acrescentar mais nada a esses pensamentos ou julgá-los, somente deixá-los vir à tona e passar por nossa mente.
- Ao invés de todo o processo de raciocínio destrutivo, você apenas observará o seu pensamento, sem juízos, e dirá a si mesmo: "Ah, estou tendo um pensamento que me alerta que algo pode estar errado comigo. Eu não sou este pensamento. Eu não vou segui-lo. Focarei nas coisas que tenho que fazer hoje".
- É importante permitir-se viver a sua experiência. Por exemplo, quando se sentir deprimido ou angustiado, tente perceber em que parte do seu corpo sente alterações físicas. É na zona da garganta? No peito? Na nuca? No estômago? Sinta e observe seu incômodo. Fique temporariamente com a sua dor, angústia ou ansiedade. Em seguida, aceite-a. Depois, oriente a sua atenção no sentido de aprender a lidar com os seus sentimentos e pensamentos, regulando-os, até que possam diminuir ou extinguir-se.

Ainda que todo este processo e explicação de aceitar e desapegar-se da sua dor emocional possa não resolver totalmente problemas como ansiedade, depressão e angústia, você perceberá que pode deixar de ficar sobrecarregado pelos seus sentimentos e pensamentos negativos. Aprenderá a deixar de ficar negativamente condicionado pelo padrão mental nocivo que criou ao longo dos anos. Isso permite que você crie um espaço em volta dos seus pensamentos e sentimentos, vivenciando-os sem que afetem a sua vida.

Outro grande benefício é que você deixa de usar grande parte da sua energia contra si mesmo ou tentando resistir ao fluxo natural da vida. Com isso, conseguirá ligar-se mais facilmente às pessoas significativas da sua vida, evolver-se com o mundo ao seu redor e ser funcional a partir da sua experiência interior dolorosa, ao invés de ter de esperar até que se sinta melhor.

Meditar para planejar seu Futuro


Tudo é o que pensamos! Se desejamos algo e ficamos de certa forma pensando sempre , acontece! Mas temos que saber realmente o que queremos e a forma como vai acontecer!
Exemplo disso acontece em um conceito Védico Indiano.

Conta uma velha lenda que um homem certa vez sentou-se embaixo de uma dessas árvores, cansado e com fome, desejando comida. Imediatamente, apareceu um prato de comida. Ele saciou sua fome e só se questionou no que estava acontecendo quando pensou em algo para beber e viu à sua volta muitos sucos e vinho. Imaginou que deveria estar sonhando ou que alguns espíritos estavam fazendo truques com ele. Nisso, diversos espíritos apareceram e conforme ele foi ficando com medo, tudo que pensava continuava a se realizar. Até que apavorado pensou que agora só faltava eles o matarem. E assim aconteceu.

Esta parábola quer nos fazer compreender que nossa mente é a árvore dos desejos, e que nossos desejos mais cedo ou mais tarde vão se realizar. Se refletirmos mais profundamente, constataremos que nossos pensamentos, medos, desejos e receios estão criando nosso sofrimento ou nossa alegria neste momento. Eu costumo me perguntar, sempre que lembro, no que eu estou pensando e o que este pensamento me faz sentir. Experimente você também.

EVITE PENSAMENTOS DESTRUTIVOS
Existem só dois tipos de sentimentos: os bons e os ruins. Aqueles que nos deixam com um sorriso no rosto e aqueles que nos fazem franzir a testa. Após identificar, tente alimentar com mais alegria os sentimentos prazerosos e mudar imediatamente os pensamentos que estão lhe fazendo sofrer. Congelar um pensamento destrutivo ou ruim e mudar o seu foco de atenção é a única forma de manter o controle da mente negativa e o equilíbrio emocional.

É interessante também usar em meditações pessoais a Escala de Orientação Emocional sugerida no livro "Peça e será atendido", dos autores Esther e Jerry Hicks. Ajuda a elevar o nível de prazer gradativamente. Aumento significantemente os pensamentos alegres, os sentimentos otimistas, que nos mantém mais estimulados a continuar. Essa proposta alivia, recupera, fortalece e pode trazer autoconhecimento e amor próprio.

Quer experimentar?
Identifique na tabela o que está sentindo em relação ao seu momento atual. Pense: "Não seria bom se esta situação se resolvesse a meu favor?" A partir desta possibilidade, lembre-se que você não controla nada no futuro, que precisa ter consciência de que existem mil possibilidades a cada segundo, e que você pode e deve escolher sentir tudo resolvido positivamente em sua vida. Como será? Não importa. A certeza de merecer e receber o melhor. Nada mais do que o melhor para você. Sinta essa verdade, agora. O intuito é você ir subindo na tabela de emoções de 22 em direção ao 1.

1-Alegria/Conhecimento/Autoconfiança/Liberdade/Amor/Admiração
2-Paixão
3-Entusiasmo/Ânsia/Felicidade
4-Crença/Expectativa positiva
5-Otimismo
6-Esperança
7-Contentamento
8-Tédio
9-Pessimismo
10 - Frustração/Irritação/Impaciência
11 -  Sobrecarga
12-   Desapontamento
13 -  Dúvida
14 -  Preocupação
15-   Reprovação
16-   Desânimo
17 -  Raiva
18-   Vingança
19 -  Ódio/Ira
20 -  Inveja
21-   Insegurança/Culpa/Desvalorização
22 -  Medo/Sofrimento/Depressão/Desespero/Impotência

Depois de identificar os sentimentos, medite sobre o que deseja realizar!

Sente-se confortavelmente. Feche os olhos. Faça três respirações profundas. Sinta o seu corpo físico em todos os seus detalhes. Inspire, segure a respiração por alguns segundo e sinta seus pés. Expire, segure por alguns segundos seus pulmões sem ar. Inspire segurando mais uma vez e sinta suas pernas. Expire, segure e suba para os quadris e vá subindo alterando e segurando a respiração até o topo de sua cabeça. Depois de reconhecer seu corpo, relaxe e só preste atenção em sua respiração ou apenas sinta-se presente, aqui e agora. Após o tempo que quiser, ainda com os olhos fechados, se questione: "Não seria bom se...", e traga para seu coração a alegria de sentir que seria ótimo, seria maravilhoso... E aí, sem ao menos perceber, você já vai ter mudado sua escala de emoções. Faça isso sempre que quiser e principalmente quando estiver triste ou preocupado com o futuro. Mude seu pensamento ou a perspectiva da sua visão limitada acerca do que deseja realizar.

Sua realidade está sempre em suas mãos. Depende só de você se propor a pensar, a sentir, a acreditar nas melhores possibilidades da sua mente ou da árvore dos desejos na sua vida.


Obs: Essa meditação encontra-se nesse livro que é uma boa dica de leitura e auto-conhecimento!
Livro "Peça e será atendido": aprendendo a manifestar seus desejos. Hicks, Esther. Editora Sextante.

A incrível conexão cérebro-intestino


A comunicação estreita entre eles abre perspectivas para entender o papel da flora intestinal no surgimento de males que sabotam o foco e o bom humor!

O coração, o fígado e os rins que nos perdoem, mas não há órgão mais fascinante que o intestino. A começar pelo seu tamanho descomunal: se abríssemos e esticássemos seus dois trechos – o delgado e o grosso -, ele ocuparia uma área de 250 metros quadrados, o equivalente a uma quadra de tênis. Tudo está enrolado e compactado dentro do ventre. E olha que isso nem é o aspecto mais interessante da coisa: o intestino tem neurônios e aloja trilhões de bactérias, boa parte delas envolvida em processos cruciais ao organismo. E você pensando que ele era um longo tubo por onde a comida passa, nutrientes são absorvidos e o que não é aproveitado vira cocô, literalmente!.

Espera: neurônios lá no abdômen?
Sim, falamos das mesmíssimas células que constituem o cérebro. “O intestino tem cerca de 500 milhões delas”, calcula o gastroenterologista Eduardo Antonio André, do Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo. É menos que a massa cinzenta, que tem bilhões, mas o suficiente para formar um sistema nervoso próprio, responsável por coordenar tarefas como a liberação de substâncias digestivas e os movimentos que estimulam o bolo fecal a ir embora. “Esses circuitos operam sozinhos, ou seja, independem do comando cerebral”, destaca André. Dá pra entender por que apelidaram o intestino de segundo cérebro?

Os neurônios intestinais chamam a atenção também pela sua farta produção de serotonina, molécula que nos leva ao estado de bem-estar – 90% da serotonina descarregada pelo corpo é fabricada ali. “Esse neurotransmissor é importante porque garante o funcionamento adequado do órgão”, diz o médico Henrique Ballalai, da Academia Brasileira de Neurologia. Mas se sabe que ele ainda pode exercer um efeito sistêmico. O fato é que a serotonina é só um dos mais de 30 mensageiros químicos montados no ventre.

Essas substâncias são encarregadas de transmitir recados de um lado para o outro e estabelecer comunicação eficiente entre o intestino e o cérebro de verdade. “Essa conversa acontece diretamente por meio do nervo vago, estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça”, descreve o endocrinologista Filippo Pedrinola, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. O nervo vago é uma via de mão dupla: assim como o abdômen manda mensagens para a massa cinzenta, o correio inverso também ocorre. “É por isso que, diante de uma situação de estresse, podemos sentir frio na barriga ou vontade de ir ao banheiro”, esclarece Pedrinola.

Você não está sozinho
Há um terceiro elemento que interfere nessa conexão: a cada vez mais estudada flora intestinal. Microbiota, para sermos corretos. O intestino carrega cerca de 100 trilhões de bactérias, quantidade dez vezes superior ao número de células do corpo. Esse contingente representa de 2 a 3 quilos do peso total de um indivíduo. “A microbiota tem papel decisivo na manutenção da saúde. Ela auxilia a digerir alimentos e a nos proteger de infecções”, explica a microbiologista Regina Domingues, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A princípio, nossa relação com essas bactérias é pacífica e proveitosa para os dois lados: elas conseguem obter nutrientes necessários para sobreviver e, em troca, regulam nosso organismo.

De uns cinco anos pra cá, o interesse por essa metrópole microscópica só aumenta. Nos Estados Unidos, especialistas de 80 centros de pesquisa lançaram o Projeto Microbioma Humano, que mapeou todos os bichinhos que chamam nosso organismo de lar. A partir dessa iniciativa, hoje se começa a entender como a flora interfere na predisposição a várias doenças e é capaz de influenciar até o comportamento e as emoções das pessoas. “Nesse sentido, a microbiota é uma espécie de terceiro cérebro”, brinca o gastroenterologista Pierre Déchelotte, da Universidade de Rouen, na França. Brincadeira com um belo fundo de verdade.

As bactérias intestinais produzem diversas moléculas que se intrometem na comunicação entre o sistema nervoso do abdômen e o lá de cima. De todos os micro-organismos que habitam o aparelho digestivo e passeiam por ele, a maior parcela é amiga. Há, porém, as frutas (ou melhor, bactérias) podres. E ai se elas encontram condição para se multiplicar… “Precisamos que os exemplares benéficos estejam sempre em maior número, porque, assim, controlam os nocivos”, resume a farmacêutica Yasumi Ozawa, da Yakult, pioneira nessas pesquisas.

Os cientistas ainda estão apurando todos os detalhes envolvidos, mas já conhecem alguns fatores que desequilibram a microbiota. “Uma alimentação muito rica em gordura, por exemplo, está associada ao desenvolvimento de bactérias ruins e à morte de espécimes bons. As manifestações disso são mais gases e distensão abdominal”, exemplifica o coloproctologista Sidney Klajner, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A desordem ainda é deflagrada por estresse fora de controle e uso de antibióticos, que, para matar os vilões, acabam exterminando também os mocinhos.

Se os germes maléficos dominam o pedaço, é encrenca na certa. “Isso prejudica as paredes e os movimentos do intestino e dispara inflamações”, acusa o gastroenterologista Ricardo Barbuti, do Hospital das Clínicas de São Paulo. No dia a dia, o indivíduo tem dores, diarreia ou constipação. Só que o desarranjo local repercute na cabeça. Estímulos de confusão na barriga viajam até o cérebro e contribuem para o humor e a concentração irem por água abaixo. Sim, ficamos enfezados.

O impacto desses distúrbios na cachola motivou a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) a realizar o primeiro estudo sobre a saúde intestinal da mulher brasileira – por razões hormonais, elas estão mais sujeitas a enroscos no abdômen do que os homens. Dois terços das 3 029 entrevistadas declararam ter inchaço no ventre, flatulências e prisão de ventre. Quando questionadas de que maneira os incômodos influenciavam na qualidade de vida, 89% diziam ter variações de humor e 88% reclamavam de menos concentração nas tarefas cotidianas. “Esses números nos mostram, na prática, como os sintomas abdominais chegam a modificar comportamentos”, resume a imunologista Violeta Niborski, gerente da Danone, empresa que participou do levantamento.

Cabeça em apuros
Os médicos já sabem que condições como a síndrome do intestino irritável, marcada por diarreia ou dificuldade de ir ao banheiro sem razão aparente, propiciam nervosismo e depressão – assim como a ansiedade e o baixo-astral desequilibram a flora e patrocinam as crises. Acontece que as interações perigosas não param por aí: a microbiota parece fazer diferença na probabilidade de desenvolvermos problemas neurológicos. Ao comparar ratinhos de laboratório criados para não ter bactérias no intestino com animais dotados de flora, cientistas irlandeses observaram que os primeiros desenvolviam características típicas do autismo, como gastar tempo demais interagindo com um objeto.

Há indícios de que até o Parkinson, doença que provoca tremores, começaria lá no abdômen. Especialistas da Universidade College London, na Inglaterra, constataram, após analisar milhares de pessoas, que a constipação é uma das primeiras manifestações do distúrbio. “Uma hipótese sugere que a microbiota alterada leve à destruição de neurônios intestinais e isso progrida até o cérebro”, conta Ballalai. O mesmo princípio explicaria o Alzheimer, que consome as memórias. Apesar de curiosos, esses achados são recentes e carecem de mais provas. “Por ora, a maioria dos estudos está restrita a animais e não pode ser extrapolada para nossa realidade”, contextualiza a médica Maria do Carmo Friche, presidente da FBG.

Mas é possível prevenir, ou até reverter, desequilíbrios na microbiota intestinal? A resposta é sim. A flora pode ser modulada para que as bactérias do bem vivam em paz ou voltem a reinar. E isso é obtido, em parte, via alimentação, quando se investe nos probióticos, lácteos enriquecidos com micro-organismos benéficos à saúde. Mas fique atento ao rótulo: nem todo iogurte, por exemplo, é probiótico. Repare se a embalagem informa isso e qual sua concentração de bactérias, medida em UFC (unidade formadora de colônia). “O produto precisa ter de 2 a 10 bilhões de UFC por dose”, avisa Pedrinola. Ah, probióticos também estão disponíveis hoje em cápsulas e sachês!.

Só que não dá pra engolir um monte de bichinhos e se esquecer de alimentar a flora local. Essa é a função dos prebióticos. “Eles são ricos em fibras solúveis, que o sistema digestivo não aproveita sem a cooperação da microbiota”, define o microbiologista Arthur Ouwehand, da Divisão de Nutrição & Saúde da DuPont, na Finlândia. Tais componentes, encontrados em vegetais como a cebola e a aveia, nutrem as bactérias. E elas, por sua vez, agradecem devolvendo vantagens ao nosso corpo.

Pílulas de bactérias?
O campo de estudos de intervenções na flora intestinal avançou nos últimos anos e já se veem boas tentativas de atenuar doenças mexendo com o nosso padrão de micróbios. Recorrer a bactérias das classes dos lactobacilos e bifidobactérias já é uma receita para abrandar a síndrome do intestino irritável, por exemplo. “Talvez, no futuro, tenhamos cepas de micro-organismos específicas para prescrever a cada problema de saúde”, especula Barbuti.

O fato é que hoje se discute se isso seria viável e efetivo para ajudar até a domar transtornos neurológicos ou psiquiátricos. “Em tese, seria possível introduzir bactérias pensando em ganhos cerebrais e comportamentais”, informa Regina Domingues. E olha que estudos iniciais já trazem resultados surpreendentes. Na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, 36 mulheres foram divididas em dois grupos: o primeiro consumiu lácteos com probióticos durante um mês. O segundo tomou uma bebida sem aditivos. Após esse período, todas as voluntárias passaram por um teste em que olhavam para fotografias de indivíduos com feições de raiva ou medo. Enquanto elas participavam da tarefa, seu cérebro era analisado por um aparelho de ressonância magnética. O resultado: nas mulheres que ingeriram os probióticos, as áreas da massa cinzenta responsáveis por processar as emoções ficavam muito menos ativas, sinal de que estavam mais calmas e relaxadas. Na vida real, isso implica estar preparado para lidar melhor com os reveses do cotidiano.

E se lembra dos cientistas que apuravam o elo entre flora e autismo em ratinhos? Pois essa equipe, baseada na Universidade College Cork, na Irlanda, fez outra experiência impressionante. Eles administraram probióticos a camundongos com traços depressivos por algumas semanas. Depois, botaram os roedores para nadar numa bacia funda, situação em que corriam o risco de se afogar – esse é um modelo clássico de laboratório para estudar a apatia em animais. Em comparação com os bichos que não receberam a dose de probióticos, os ratos com intestino equilibrado lutavam mais tempo e com mais força para se salvar. Sinal claro de que não queriam desistir da vida. Se pudéssemos transpor os resultados para nós, seres humanos, daria pra dizer que foi observado um autêntico efeito antidepressivo.

Como se vê, a investigação do eixo intestino-microbiota-cérebro é fresquinha, mas um tanto promissora. Alguns especialistas já chegaram a comparar o potencial de intervir ali ao das prestigiadas células-tronco. E tomara que ele se concretize. Quem sabe a resposta a vários problemas não esteja realmente bem debaixo do nosso umbigo?