Tímida, insegura, explosiva... Siga dicas de experts para transformar traços de sua personalidade de maneira positiva!
Toda mulher que já começou uma dieta na segunda-feira e desistiu na quarta, ou pagou o plano anual da academia e apareceu por lá só no primeiro mês, sabe quanto é complicado mudar hábitos. Por que é tão difícil promover alterações positivas e duradouras em nossa personalidade? Os psicólogos americanos Chips e Dan Heath analisaram as pesquisas mais recentes sobre o tema e concluíram que essa dificuldade se deve ao embate entre a parte emocional e a racional do nosso cérebro. A tese diz que qualquer mudança, de hábito ou personalidade, começa pelo lado emocional. É preciso desejar que ela ocorra. Porém, se não houver uma estratégia para colocar essa vontade em prática, não há motivação que resolva. Se você fica vermelha, gagueja e quase desmaia quando precisa falar em público, não pode ignorar a situação e acreditar que irá se transformar na rainha da comunicação apenas com sua força de vontade. Emoção e razão devem agir juntas.
Ainda segundo a tese, o nosso cérebro está dividido em duas partes: o elefante e o condutor. A primeira corresponde ao emocional. É a que diz para a pessoa tímida inventar uma dor de barriga para fugir da palestra que terá de conduzir no dia seguinte. A segunda é o lado racional. Ele sabe que fugir do compromisso não é uma boa ideia para quem quer construir uma carreira. Ou seja, o condutor precisa não só traçar um caminho para resolver a questão como convencer o elefante a segui-lo. No percurso, ainda topará com outros obstáculos: nossos códigos mentais, que determinam se uma pessoa tem maior ou menor propensão a mudanças, segundo a professora de psicologia da Stanford University Carol Dweck. "A educação que recebemos dos pais e as experiências posteriores também podem dificultar o processo", afirma a psicóloga Adriana Fregonese, da Santa Casa de São Paulo. Mas não torná-lo impossível.
Ainda que nem sempre seja possível mudar completamente a personalidade, os especialistas afirmam que, com paciência e dedicação, todo mundo é capaz de, em algum nível, domar o elefante interior. O psicólogo Dan Heath revelou o passo a passo para uma transformação bem-sucedida. Basta adaptá-la para o seu caso:
Mudança programada
Você acabou de receber uma promoção no emprego e vai, enfim, ganhar um cargo de chefia. A notícia seria ótima se não fosse um porém: de tão tímida e introspectiva, você chega a ter aversão a contatos sociais. Como fazer para comandar tanta gente?
Pergunte a si mesma
- Qual a última vez que fui bem-sucedida em situações sociais?
- O que fez esse momento ser diferente?
A resposta à última pergunta é a prova de que você é capaz, sim, de lidar com esse problema. Ao descobrir os fatores e as atitudes que possibilitaram essa mudança de sucesso, você pode - e deve - copiá-los para outras situações. Assim, terá bons resultados.
Não force a barra
- Você pode até se obrigar a agir de forma extrovertida, mas não vai dar certo. Ao se forçar demais, o máximo que conseguirá é perder o autocontrole.
- Não imite seus colegas extrovertidos. Para conseguir mudar, você deve trabalhar com suas próprias armas e sentimentos. Seja você mesma.
Alternativas
- Enquanto a mudança não acontece, o jeito é criar estratégias de adaptação. Neste caso, você pode dar o feedback do trabalho por e-mail. Assim, estará cumprindo seu papel de chefe como condiz com sua personalidade.
Teste: você é propensa a mudar?
Classificado em fixo ou construtivo, nosso código mental é o que determina nossa maior facilidade ou dificuldade para promover transformações interiores. Leia as frases abaixo e responda sim ou não a cada uma delas:
1. Acredito que não há muito a fazer para alterar a personalidade.
2. Sempre há a possibilidade de mudar significativamente algo.
3. É possível transformar a forma de fazer as coisas, mas a nossa essência dificilmente pode ser alterada.
4. Podemos modificar aspectos básicos da nossa personalidade.
Respostas
Quem respondeu sim aos itens 1 e 3 tem um "código mental fixo". São pessoas que acreditam que suas habilidades são estáticas. Elas tendem a evitar desafios por medo de errar e serem consideradas fracassadas, sentem-se ameaçadas por críticas e querem passar a imagem de que nunca se esforçam para fazer aquilo em que são consideradas boas. Quem respondeu sim aos itens 2 e 4 tem um "código mental construtivo". São pessoas que acreditam que as habilidades são como músculos e podem ser construídas por meio da prática. Elas tendem a aceitar desafios sem medo do fracasso e acreditam que as críticas ajudam a crescer.
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