quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ficar off-line de vez em quando faz bem para a sua saúde


Se você vive ligada na internet e nas redes sociais, está na hora de rever os seus hábitos. Afinal, a tecnologia nos ajuda (e muito), mas também pode causar problemas quando usada em excesso. Veja por que é bom apertar o off de vez em quando.

No Brasil, um estudo conduzido pela Isma-BR (International Stress Management Association) comprovou que as pessoas desenvolvem estresse tecnológico – o tecnoestresse, entre outros fatores, quando não conseguem usar a tecnologia de maneira equilibrada e, principalmente, se ela falha — o sinal do celular desaparece ou a internet fica fora do ar. Dentre os avaliados, o estresse tecnológico se manifestou com os seguintes sintomas: 86% dos pesquisados sentiram dores musculares e de cabeça, 3% sofreram de ansiedade, 81% de angústia, 67% tiveram dificuldade de concentração, 63% se queixaram de cansaço crônico, 41% ficaram mais agressivos, 27% passaram a comer mais e 35% apresentaram distúrbios do sono. “Dormir pouco acelera o envelhecimento, baixa a imunidade e favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, comenta a psicóloga Priscila Gasparini Fernandes, de São Paulo. A especialista ainda ressalta que essa necessidade de estar online o tempo todo pode fazer o ponteiro da balança subir: “O hormônio do estresse, o cortisol, está relacionado ao aumento da gordura corporal, que favorece o aparecimento de doenças, como pressão alta, anemia e diabetes.


Os benefícios de apertar o off

Memória turbinada

A tendência quando se navega na internet é fazer várias coisas ao mesmo tempo: acessar sites, assistir a vídeos, checar as redes sociais, bater papo... Como a atenção fica dividida entre essas diversas situações (e páginas da internet), o cérebro passa a receber exageradamente estímulo visual e auditivo. Resultado: não consegue armazenar todas as informações a que está exposto.


Raciocínio ágil

O excesso de estímulo e a rapidez com que as informações chegam ao cérebro também podem piorar o raciocínio e fazer com que as suas ações sejam tomadas sem que haja um período de reflexão antes. Isso pode levá-la até a dar respostas sem lógica nas conversas virtuais ou realizar compras por impulso.


Relações em alta

Ficar conectada o dia todo pode virar um vício, causando afastamento do mundo real, dificuldade de prestar atenção em si mesma e nos outros, além de evidenciar certas características, como introversão, ansiedade e impulsividade.


Carreira promissora

Em muitos casos esse “vício” atrapalha até a vida profissional, pois há uma necessidade de checar o tempo todo as redes sociais, o que provoca a diminuição da concentração no trabalho e mau aproveitamento do tempo para a realização das tarefas


Fuja do tecnoestresse

Estabeleça limites

Os problemas citados só acontecem se você exagerar na dose. “Estar conectado pode contribuir para nos aproximar de outras pessoas ou para nos afastar delas. A diferença está no modo como o mundo virtual é usado: como ferramenta para melhorar a qualidade do contato real ou como um fim em si mesmo”, salienta Renato Lendimuth Mancini, psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Não há uma regra que indique quantas horas por dia alguém pode ficar online. O que vale é o bom senso e a responsabilidade de não perder o foco das atividades cotidianas. Treine ficar alguns períodos longe do seu celular e crie uma regra pessoal, limitando o acesso a algum momento do dia e, quando for se divertir, realmente aproveitar a atividade que se propôs a fazer em vez de ficar presa a fotos e postagens. Se for muito difícil se desconectar, a dica é procurar ajuda profissional.


Filtre tudo

De acordo com a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi, de São Paulo, além de restringir o tempo em que ficamos conectadas, é importante limitar as informações que são postadas — fazer das redes sociais um diário íntimo, por exemplo, escrevendo tudo o que se passa na sua vida, não é recomendado. “Não use as mídias como se fosse a sua língua. Quem fala sem parar, sem pensar o que e como irá expor, pode colocar a imagem em risco”, comenta. Em tempos de violência, essa mania pode ser até perigosa, já que você fornece informações pessoais para o mundo.