segunda-feira, 21 de março de 2011

O que Osho diz sobre a arte da Massagem?



Massagem é algo que você começa a aprender, mas você nunca termina. Ela avança e avança e a experiência se torna continuamente mais profunda e mais profunda e mais alta e mais alta. A massagem é uma das artes mais sutis – e ela não é somente uma questão de perícia. Ela é uma questão de amor.

Aprenda a técnica – então a esqueça. Então apenas sinta e mova-se pelo sentimento. Quando você aprende profundamente, noventa por cento do trabalho é feito pelo amor, dez por cento pela técnica. Apenas através do próprio toque, um toque amoroso, relaxa-se o corpo.

Se você ama e sente compaixão pela outra pessoa e sente o valor supremo dela; se você não a trata como se fosse um mecanismo para ser colocado em ordem, mas uma energia de tremendo valor; se você está agradecido por ela confiar em você e permitir que você brinque com a sua energia – então mais e mais você irá sentir como se você estivesse tocando um órgão. Todo corpo se torna as teclas do órgão e você pode sentir que uma harmonia é criada dentro do corpo. Não somente a pessoa será ajudada, mas você também.

A massagem é necessária no mundo porque o amor desapareceu. Outrora o próprio toque dos amantes era suficiente. Uma mãe tocando o filho, brincando com o seu corpo, era massagem. O marido brincando com o corpo da mulher, era massagem; isto era suficiente, mais do que suficiente. Isto era profundo relaxamento e parte do amor. Mas isto desapareceu do mundo. Mais e mais nós esquecemos onde tocar, como tocar, o quanto profundo tocar. Na verdade, o toque é uma das linguagens mais esquecidas. Nós nos tornamos quase desconfortáveis no toque, porque a própria palavra for corrompida pelas assim chamadas pessoas religiosas. Elas lhe deram uma conotação sexual. A palavra se tornou sexual e as pessoas se tornaram amedrontadas. Todo mundo está de guarda para não ser tocado, a menos que se permita. Agora no ocidente o outro extremo chegou. Toque e massagem se tornaram sexual. Agora a massagem é apenas uma cobertura, um cobertor para a sexualidade. Na verdade nem o toque nem a massagem são sexuais. Eles são funções do amor. Quando o amor cai de sua altura ele se torna sexo e então ele se torna feio.

Assim seja devocional. Quando você toca o corpo de uma pessoa seja devocional – como se o próprio Deus estivesse lá e você está apenas servindo-o. Flua com energia total. E sempre que você vê o corpo fluindo e a energia criando um novo padrão de harmonia, você irá sentir um desfrute que você nunca sentiu antes. Você irá cair em profunda meditação.

Enquanto massagista, apenas massageie. Não pense em outras coisas porque elas são distrações. Esteja em seus dedos e em suas mãos como se todo o seu ser, toda a sua alma estivesse lá. Não deixe que seja apenas um toque do corpo. Toda a sua alma entra no corpo do outro, penetra nele, relaxa os nós mais profundos. E faça disto uma brincadeira. Não o faça como um trabalho; torne-o um jogo e faça-o como uma diversão. Ria e deixe o outro rir também.

A massagem é entrar em sincronia com a energia do corpo de alguém e sentir onde ela está faltando, sentir onde o corpo está fragmentado e torná-lo completo... É ajudar a energia do corpo de modo que ela não seja mais fragmentada, não mais contraditória. Quando as energias do corpo estão alinhadas e se tornam uma orquestra, então você teve sucesso.

Assim tenha muito respeito com o corpo humano. Ele é o verdadeiro santuário de Deus, o templo de Deus. Assim com profunda reverência, prece, aprenda a sua arte. Esta é uma das grandes coisas para aprender.

Texto do mestre Osho, retirado do “Livro da Cura” - Ed. Shakti.


Sinta Mais, Pense Menos



Pense menos, sinta mais. Intelectualize menos, intua mais.

Pensar é um processo decepcionante, ele faz você sentir que está fazendo grandes coisas. Mas você está apenas construindo castelos no ar. Pensamento nada mais são do que castelos no ar.

Sentimentos são mais materiais, mais substanciais. Eles o transformam. Pensar sobre amor não vai ajudar, mas sentir amor está fadado a mudá-lo. Pensar é muito apreciado pelo ego, porque o ego se nutre de ficções. O ego não pode digerir qualquer realidade, e o pensar é um processo fictício...

Mude da mente para o coração, do pensar para o sentir, da lógica para o amor. E a segunda mudança é do coração ao ser - porque ainda há uma camada mais profunda em você, onde os sentimentos não podem alcançar. Lembre-se destas três palavras: mente, coração, ser. O ser é a sua natureza pura. Em volta do ser está o sentimento e em volta do sentimento está o pensamento. O pensar está muito longe do ser, mas o sentir está um pouco mais perto; ele reflete alguma glória do ser. É como num por do sol, o sol sendo refletido pelas nuvens e as nuvens enchendo-se de belas cores.

Elas mesmas não são o sol, mas elas estão refletindo a luz do sol. Os sentimentos estão mais próximos do ser, assim eles refletem alguma coisa do ser. Mas tem que ir-se além dos sentimentos também. E então o que é ser?

Não é nem pensar, nem sentir, é puro não-ser. Você apenas é.


Osho

Meditação Budista Andando



Autor: Thich Nhat Hanh

A meditação andando pode ser muito agradável. Caminhamos lentamente, sozinhos ou com amigos, se possível num belo local. A meditação andando tem como verdadeiro objetivo o prazer em caminhar - anda-se não para se chegar a algum lugar, mas só pelo andar. O propósito é o de se estar no momento presente, tendo plena consciência da respiração e da caminhada, e de se apreciar cada passo. Para isso, devemos nos livrar de todas as preocupações e ansiedades, não pensar no futuro, nem no passado, só vivendo o momento presente. Podemos andar de mãos dadas com uma criança. Caminhamos passo a passo como se fôssemos os seres mais felizes da Terra.

Embora andemos o tempo todo, nosso andar se assemelha mais a uma corrida. Quando caminhamos assim, imprimimos ansiedade e tristeza na Terra. É preciso que andemos de forma tal que só deixemos paz e serenidade sobre a Terra. Podemos todos fazer isso desde que o desejemos muito. Qualquer criança consegue fazê-lo. Se podemos dar um passo assim, poderemos dar dois, três, quatro e cinco. Quando formos capazes de dar um passo cheio de paz e felicidade, estaremos trabalhando pela causa da paz e da felicidade de toda a humanidade. A meditação andando é uma prática maravilhosa.

Quando fazemos meditação andando ao ar livre, caminhamos um pouco mais devagar do que nosso ritmo normal e coordenamos nossa respiração com nossos passos. Por exemplo, podemos dar três passos para cada inspiração e três passos para cada expiração. Podemos, então, dizer, "Inspirando. inspirando, inspirando. Expirando, expirando, expirando." Dizer "Inspirando" serve para nos ajudar a identificar a inspiração. Sempre que chamamos algo pelo seu próprio nome, estamos tornando-o mais real, como quando dizemos o nome de um amigo.

Se os seus pulmões preferem quatro passos em vez de três, dê-lhes quatro passos, por favor. Se eles querem apenas dois, dê-lhes dois. A duração da sua inspiração e da sua expiração não tem de ser a mesma. É possível, por exemplo, que você dê três passos ao inspirar e quatro ao expirar. Se você se sentir feliz, sereno e alegre enquanto caminha, é porque está se exercitando corretamente.

Esteja atento para o contato entre os seus pés e a Terra. Caminhe como se estivesse beijando a Terra com os pés. Já prejudicamos muito a Terra. Agora é a hora de cuidarmos bem dela. Trazemos nossa paz e nossa serenidade à superfície da Terra e compartilhamos a lição do amor. É tendo isso em mente que caminhamos. De quando em quando, ao ver algo bonito, podemos querer parar para contemplação - de uma árvore, uma flor, crianças brincando. Enquanto olhamos, continuamos atentos à nossa respiração, para não sermos enredados por nossos pensamentos e assim perdermos a beleza da flor. Quando quisermos voltar a andar, é só começar de novo. Cada passo que dermos criará uma brisa fresca, renovando nosso corpo e nossa mente. Cada passo fará uma flor se abrir aos nossos pés. Isso só é possível se não pensarmos no futuro nem no passado, se soubermos que a vida só pode ser encontrada no momento presente.